sábado, 12 de março de 2011

" Dias de luta, dias de glória "

Senti necessidade de me agarrar a qualquer coisa física. Já aprendi muitas coisas durante a vida, o que acho que ainda não aprendi foi a viver, foi a ser suficientemente forte. E tenho medo, e estou assustada. Não tenho medo por mim, tenho medo pela minha família, tenho medo de provocar-lhes sofrimento. Tenho medo que eles não consigam superar, se tiverem de superar alguma coisa. Nunca me senti tão derrotada, tão sem forças, tão sem vontade, sem esperança, sem vida. Nunca estive tão perto do fim, nunca estive a um passo do abismo e agora, aqui estou eu. Amanhã faço anos e estou feliz. Não por ter mais um ano, não por atingir a maioridade, mas sim porque nunca pensei que chegasse aos 18 anos, nunca pensei que fosse tão forte. Para mim, o dia de amanhã, não é o dia dos meus anos, é simplesmente um dia de vitória. Passei demasiado tempo a levar, com o vento e as palavras dos outros, na cara. Agora não me sinto, não sinto o meu corpo, não sinto o sangue a ferver a passar-me nas veias e a chegar ao coração, não consigo fechar os olhos. Tenho medo de não querer voltar a abri-los, tenho medo de querer sobreviver e não conseguir. O mundo é uma selva, no qual somos obrigados a entrar e sair todos os dias. E não importa o quanto isso nos doa, o que importa é sairmos. E sairmos pelo nosso próprio pé. E não aos ombros de quatro pobres homens de preto, cansados de tanto chorar. A luz da madrugada rompe a escuridão do meu quarto numa tentativa frouxa de salvar o que ainda resta de mim. Tenho vontade de fechar a porta do meu quarto e da minha vida, e não deixar que mais ninguém entre. Mas, o que falta nisso tudo é a força, a MINHA FORÇA. E esta, já se extinguiu à muito tempo atrás.

Rita Monteiro, 9/3/2011 ; 4:20h da manhã