quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Mário Cesariny

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Conheço tão bem o teu corpo,
sonhei tanto a tua figura,
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura,
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura.

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A.E.

" I can't keep up with your turning tables.
Under your thumb, i can't breathe.
So i won't let you close enough to hurt me.
No, i won't ask you, you to just desert me.
I can't give you what you think you gave me.


IT'S TIME TO SAY GOODBYE TO TURNING TABLES "

domingo, 14 de agosto de 2011

Francisco

Estive a ler os textos antigos e reparei que nunca escrevi para ti, meu pequenino. Quando nasceste, senti que me tinhas roubado a pessoa que tinha a certeza que iria ficar comigo, para sempre. Não te aceitei, não gostei de ti, não te senti como parte da minha família. Era uma miuda ainda, embora isso nada justifique. E, hoje, sou perdida de amor por ti. Tenho medo, sabes? Tenho medo dos preconceitos que vais ter de enfrentar, dos problemas com os quais vais ter de lidar como se fosses um estranho, como se não tivesses a anatomia perfeita de qualquer ser humano. Desculpa se às vezes fico irritada e exigo demais de ti. Mas só tento preparar-te para o futuro que, para ti, infelizmente, vai ser muito mais duro. Tens 4 anos, quase 5. Foram os melhores 5 anos da minha vida, embora antes não lhe tenha dado o devido valor. És o meu menino, vou proteger-te sempre. Vou dar-te o melhor de mim, vou dar-te colo sempre que precisares, vou limpar-te as lágrimas sempre que alguém se meta contigo, vou até ao fim do mundo, se isso me pedires. Obrigado, obrigado por me deixares amar-te, obrigado por seres a minha força, a minha coragem, a minha vontade, obrigado por cada birra que fazes, obrigado por cada carinho que me dás, obrigado por me ajudares a crescer, obrigado por seres a minha luz ao fundo do túnel, no final do dia. E desculpa esta tua tia chorona e estupida que não te soube dar o devido valor, desde o início. Sei que ainda vamos ser muito cumplices, Francisco. Sinto-o. Vou estar sempre presente na tua vida, vou sempre apanhar-te quando ninguém notar que estás a cair. És um exemplo, és lindo e és meu.

RPMonteiro

sábado, 13 de agosto de 2011

Pôr-do-sol

Pôr-do-sol. Há alguma coisa mais real que isso? Há alguma coisa que mais nos faça reflectir? Sobre mim, sobre ti, sobre a vida que escolhi para mim? Não vou mentir(-te). Tenho saudades e sentimentos por ti, ainda. Mas já não os considero maus, porque já não me magoam. Como se, agora mais que nunca, tivesse aceite que foste parte da minha vida. E, efectivamente, foste. Mas não foste desilusão, foste uma aprendizagem. Como se me tivesses ensinado a escolher, a amar e a aceitar que o príncipe encantado não existe, e as histórias encantadas nem sempre têm finais felizes. Porém, tudo acaba bem. O sol, no dia seguinte, volta a nascer e, com ele, nasce uma nova esperança em cada um de nós. Nos soldados, a esperança de voltar para casa, pelo próprio pé. Nas crianças, a esperança de voltar a passar na tal loja e levarem, para casa, o tão desejado brinquedo. Disseste-me, certo dia, que escrever era uma coisa nossa. Erro! Escrever é uma coisa MINHA, não tua, não nossa. O meu livro está quase acabado e existem duas personagens muito parecidas connosco. Obviamente com final bem diferente. Peço-te que sempre que precises de falar sobre mim, fá-lo comigo. Não procures respostas em quem não sabe cada segundo da nossa história. Vão fazer com que guardes raiva de mim. E, por favor, não o faças. Eu não me vou obrigar a deixar de gostar de ti. Quando isso tiver de acontecer, acontece. Meu Deus, como gostava que estivesses aqui, comigo, a ver o sol desaparecer suavemente no horizonte e a deixar-me sempre com vontade de guardar para sempre esta imagem. Já alguma vez viste o pôr-do-sol e pensaste em tudo o que aqui te escrevo?

P.S.: I love you

sábado, 16 de julho de 2011

Às vezes gostava de poder tomar um comprimido que fizesse parar esta vontade, ansiedade e necessidade absurda que tenho em continuar a escrever para ti. Os comprimidos não curam doenças, aliviam dores? Pode ser que curem a doença do amor que tenho por ti e as dores que isso causa. Sei que lês isto, e ainda bem. Desculpa continuar a escrever para ti, mas é uma maneira de te mostrar o que me vai cá dentro. E desculpa usar o blog como "morada". Já reparaste que isto, ESTE simples BLOG, nos consegue manter ligados? Talvez isto seja um refúgio, um porto de abrigo para os dois, talvez pela nossa falta de coragem de nos encararmos. Sei que sabes que não iríamos resistir. Admito, admito que a culpa, em certa parte, também foi minha. Foi pela minha falta de coragem e pela falta de confiança em ti.
Mas não, não quero falar de culpas. Escrevo-te como uma pessoa desarmada, que já não espera nada da vida, que deixou de acreditar nas pessoas, que já não sente nada para além de cansaço. Odeio admitir que me fazes falta. Ouviste, Alexandre? FAZES-ME FALTA. Fazes-me falta como namorado, e como amigo. E gosto de ti, e sofro, e choro. E prometi, mais uma vez, a mim mesma, nunca mais cair nem chorar por ti, e aqui estou eu. Desejo-te o melhor, porque, por muito que me custe admitir, tu mereces. Sabes o que te considero? Uma tatuagem. Porque, por mais tempo que passe, por mais agreste que o tempo se faça sentir, por mais água que se ponha em cima, não sai. Não adianta fechar os olhos, bater com o pé, como quem afasta os fantasmas que os atormentam. Não adianta quantas blusas pomos, não adianta qualquer tipo de movimento, pensamento, desejo. Querias uma confissão? Querias que admitisse? Aqui estou eu a admitir. E sabes que mais? Eu AMO-TE.

P.S. : Lembraste que, num dia, estavamos constantemente a mandar músicas um ao outro? Toma, deixo-te aqui com esta. Visto que foi com ela que eu, finalmente, aceitei e interiorizei o facto de já não saires de mim.

Someone like you - Adele




Rita Monteiro, 3:40h

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ela: Amo-te.
Ele: Não brinques.
Ela: Parece-te que o estou a fazer?
Ele: Não sei, mas não o faças.
Ela: Nunca, tal como nunca vou deixar de te amar.
Ele: Não sabes.
Ela: Sinto-o.
Ele: Sentes o quê?
Ela: Não te sinto.
Ele: Não estou a perceber, não brinques comigo.
Ela: Amo-te.
Ele: Pára com essa conversa.
Ela: Porquê? Incomoda-te?
Ele: Mais do que nunca.
Ela: Porquê?
Ele: Porque... não sinto o mesmo.
Ela: Não? E só o dizes agora?
Ele: Não tinha coragem de o fazer antes, desculpa.
Ela: Tudo bem, o meu amor chega para mim e para ti.
Ele: Não estás a perceber.
Ela: (In)felizmente, estou.
Ele: Não dá mais.
Ela: Não faças isso.
Ele: Estou a fazê-lo... desculpa!
Ela: Tudo bem, amor. Isto vai passar.
Ele: Desculpa.
Ela: Mas sabes o que dói mesmo? Sabes porque dói tanto? Porque tinha planeado tudo a teu lado, passei dias, meses, anos a planear as coisas. Construi um mundo à tua volta, construi a minha vida, construi-me a mim. Construi uma pessoa que tu pudesses amar, que te fizesse sentir bem.
Ele: Desculpa, eu não...
Ela: Não! Cala-te! Por uma vez na vida, cala-te, cala as palavras e deixa-me dormir sobre o teu silêncio. Deixa-me continuar a pensar que sou a mulher da tua vida, que sou a unica que te mete um sorriso na cara, a unica que te faz rir e a unica que te faz realmente feliz. Porque assim a dor torna-se menor, e pode ser que eu a consiga aguentar. Sabes o que é sentir o coração na boca, quando me contas as tuas histórias de traições? Sabes o que é sentir que o mundo me foge debaixo dos pés? Sabes o que é sentir que perdi tudo e a culpa foi minha? Segue o teu rumo, vai.
Ele: Gostava que ficassemos amigos, R..
Ela: Não, A.. Acabaste de destruir o meu mundo, aliás, o nosso. Que estupidez pensar que isto podia resultar, que tu tinhas coragem suficiente. Deixa-me apanhar boleia e ver onde eu me levo. Porque mundo... mundo eu já não tenho.

Jensen Ackles - Just you


RPMonteiro

quinta-feira, 21 de abril de 2011

B

Não sei bem o que sinto por ti, não sei bem porque passo dias a fio a pensar no modo como andavas, no modo como passavas no corredor, à frente do meu quarto. No modo como arranjavas o cabelo e no modo como me agarravas. Nunca te disse mas isso sabia tão bem, fazias-me desejar que o mundo parasse, para poder estar assim contigo até que perdessemos a força. Queria escrever aqui tudo o que sinto porque nunca vais ler isto, talvez por falta de coragem da minha parte ou por não querer estragar a nossa amizade. Guardo-te, e acredito que irei guarda sempre, um carinho especial. Não, não perguntes porquê nem me tentes perceber. Não irias conseguir. Adormeço a pensar em ti e acordo já contigo no pensamento e isto aperta-me o coração e quase não me deixa respirar. Tens algum tipo de magia em ti que me enfeitiçou, desde que te vi pela primeira vez, no segundo andar. Só queria poder arrancar tudo isto de dentro de mim porque, como tu disseste, " foi a nossa viagem de finalistas " e ( não por eu não querer ) não vai passar disso. Não consigo comer, como se as lembranças de ti e do que eu era contigo, à noite, na praia, me estagnassem as necessidades básicas. Fizeste algo que até agora julgava ser impossivel, fizeste-me voltar a acreditar. Fizeste-me voltar a acreditar que iria voltar a gostar de alguém, fizeste-me voltar a acreditar que podia voltar a confiar em alguém. Não sei se percebes isto que aqui escrevo, nem sei se algum dia vais perceber, mas fica aqui registado que foste a melhor coisas que me aconteceu, na melhor semana da minha vida. Não sei o que sentes por mim, não sei se sentes a minha falta, não sei se me queres voltar a ver, não sei se precisas de mim. Mas EU gosto muito de ti, EU sinto muito a tua falta, EU queria muito voltar a ver-te, EU preciso de ti, EU precisava que precisasses de mim. Sinto a tua falta, sinto muito a tua falta!
RitaMonteiro

sábado, 12 de março de 2011

" Dias de luta, dias de glória "

Senti necessidade de me agarrar a qualquer coisa física. Já aprendi muitas coisas durante a vida, o que acho que ainda não aprendi foi a viver, foi a ser suficientemente forte. E tenho medo, e estou assustada. Não tenho medo por mim, tenho medo pela minha família, tenho medo de provocar-lhes sofrimento. Tenho medo que eles não consigam superar, se tiverem de superar alguma coisa. Nunca me senti tão derrotada, tão sem forças, tão sem vontade, sem esperança, sem vida. Nunca estive tão perto do fim, nunca estive a um passo do abismo e agora, aqui estou eu. Amanhã faço anos e estou feliz. Não por ter mais um ano, não por atingir a maioridade, mas sim porque nunca pensei que chegasse aos 18 anos, nunca pensei que fosse tão forte. Para mim, o dia de amanhã, não é o dia dos meus anos, é simplesmente um dia de vitória. Passei demasiado tempo a levar, com o vento e as palavras dos outros, na cara. Agora não me sinto, não sinto o meu corpo, não sinto o sangue a ferver a passar-me nas veias e a chegar ao coração, não consigo fechar os olhos. Tenho medo de não querer voltar a abri-los, tenho medo de querer sobreviver e não conseguir. O mundo é uma selva, no qual somos obrigados a entrar e sair todos os dias. E não importa o quanto isso nos doa, o que importa é sairmos. E sairmos pelo nosso próprio pé. E não aos ombros de quatro pobres homens de preto, cansados de tanto chorar. A luz da madrugada rompe a escuridão do meu quarto numa tentativa frouxa de salvar o que ainda resta de mim. Tenho vontade de fechar a porta do meu quarto e da minha vida, e não deixar que mais ninguém entre. Mas, o que falta nisso tudo é a força, a MINHA FORÇA. E esta, já se extinguiu à muito tempo atrás.

Rita Monteiro, 9/3/2011 ; 4:20h da manhã

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Musico-solidariedade

Porque "ser solidário é ser humano":

http://musico-solidariedade.webnote.pt