quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Mário Cesariny

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Conheço tão bem o teu corpo,
sonhei tanto a tua figura,
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura,
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura.

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco