segunda-feira, 24 de maio de 2010

My girl x$

Hoje resolvi sentar-me á frente do computador e começar a escrever aqui a carta que nunca te entreguei, por medo da tua reacção ou por medo da minha incapacidade de fazer com que me entendas. Esta carta já foi um grito de revolta, um grito de tristeza. Quando a começei a escrever senti que tinha perdido uma das coisas mais verdadeiras que alguma vez tinha tido e isso fez-me chorar sempre que ouvia as músicas que ouvia quando estava contigo. Foi há muito tempo sabes? Foi num tempo em que pensava que conseguia que alguém ocupasse o vazio que deixaste em mim. Espero que entendas o que aqui te deixo, é tudo o que me resta.


Perdi-me dentro do meu próprio labirinto. E esperei dias a fio para que me encontrasses, tinha a certeza que irias ter comigo e que me irias ajudar a voltar a sair. Chorei por sentir que os dias passavam por mim e tu não vinhas. Não falo contigo há meses, não ouço a tua voz, não falamos como sempre o fizemos. Recebi uma noticia hoje que me destroçou, que voltou a derrubar o muro que tinha construido com muito esforço e sem ti. Hoje eu precisava mais de ti do que alguma vez precisei, tentei chamar-te mas as palavras não saiam da minha boca, gritei para que não me deixasses mas tu não ouviste. Afundei-me e afundei comigo todas as coisas boas que tinha aprendido contigo mas fiquei sempre á tua espera. Um dia acordei e vi que não irias voltar mais, e deixei-me ir. Como um barco que perde os remos, deixei-me ir até encontrar terra. Os dias arrastaram-se penosamente e na tentativa frouxa e já nada convincente de salvar o que ainda restava de mim comecei cada vez a fazer mais barulho, e cada vez ia mais ai fundo. Acho que foi nesse dia que desisti de lutar pela minha felicidade. É que isto é tão dificil sem ti, sem as aulas ao teu lado, sem as conversas no menseger, sem a minha ouvinte. Vou estar á tua espera, no mesmo sitio do costume.

I will always love you

always the same

Dou por mim a escrever mais uma vez para ti, na tentativa que alguma vez oiças o meu grito mudo. Dou por mim a escrever numa folha branca palavras que nunca te disse. Certo dia pediste-me que escrevesse a nossa história, e por incrivel que pareça não sou capaz de o fazer. A nossa história era assim, feita de palavras não ditas, de silêncios sufocantes, de atitudes frias, de olhares falsos, de mentiras viciantes. Queria poder escrever tudo o que sinto cá dentro e poder arrancar-te de mim, enrolar-te nesta folha, e rasgar-te em mil pedaçinhos e lançar-te ao vento. E ficar do lado de cá, á espera que o vento te levasse para longe. Queria poder usar uma borracha e apagar-te da MINHA história, queria que tudo tivesse durado uma noite em que a febre me tivesse invadido ao ponto de me levar á loucura. Foi isso que foste para mim, uma doença. Uma doença que resiste a todos os medicamentos e que insiste em ficar e fazer cada vez mais estragos. Hoje enquanto analisei um poema, pensei mais uma vez em ti sabias? E sabes o que me vinha á cabeça? Os teus risos quando eu dizia alguma coisa á qual tu achasses graça. Meu Deus, rias tão alto, como um louco. Deseja-me boa sorte, porque a quero e mereço. Não penses que deixei de te amar, apenas deixei de te perdoar. Não fiques com esta carta para ti, envia-a a quem precise de uma chave para sair do seu próprio labirinto. A chave que tu precisas está dentro de ti, ninguém tem o poder de ta entregar. Descobre-a e usa-a para encontrares o teu rumo. Afinal não é isso que todos tentamos fazer?

Aula de Português
24/5/2010