segunda-feira, 24 de maio de 2010

always the same

Dou por mim a escrever mais uma vez para ti, na tentativa que alguma vez oiças o meu grito mudo. Dou por mim a escrever numa folha branca palavras que nunca te disse. Certo dia pediste-me que escrevesse a nossa história, e por incrivel que pareça não sou capaz de o fazer. A nossa história era assim, feita de palavras não ditas, de silêncios sufocantes, de atitudes frias, de olhares falsos, de mentiras viciantes. Queria poder escrever tudo o que sinto cá dentro e poder arrancar-te de mim, enrolar-te nesta folha, e rasgar-te em mil pedaçinhos e lançar-te ao vento. E ficar do lado de cá, á espera que o vento te levasse para longe. Queria poder usar uma borracha e apagar-te da MINHA história, queria que tudo tivesse durado uma noite em que a febre me tivesse invadido ao ponto de me levar á loucura. Foi isso que foste para mim, uma doença. Uma doença que resiste a todos os medicamentos e que insiste em ficar e fazer cada vez mais estragos. Hoje enquanto analisei um poema, pensei mais uma vez em ti sabias? E sabes o que me vinha á cabeça? Os teus risos quando eu dizia alguma coisa á qual tu achasses graça. Meu Deus, rias tão alto, como um louco. Deseja-me boa sorte, porque a quero e mereço. Não penses que deixei de te amar, apenas deixei de te perdoar. Não fiques com esta carta para ti, envia-a a quem precise de uma chave para sair do seu próprio labirinto. A chave que tu precisas está dentro de ti, ninguém tem o poder de ta entregar. Descobre-a e usa-a para encontrares o teu rumo. Afinal não é isso que todos tentamos fazer?

Aula de Português
24/5/2010

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